quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Conceito

Para locarmos uma determinada obra é de suma importância a representação gráfica da superfície do terreno (superfície topográfica), porém, essa superfície não pode ser determinada por meio de equações matemáticas, sendo representadas através de curvas de níveis e pontos cotados com altitudes referidas ao nível médio do mar (datum vertical).

·         Pontos cotados


Trata-se do método mais simples para representação do relevo do solo que consiste em na identificação das cotas ou altitudes dos pontos característicos do terreno (Pontos Cotados), como mostra a figura abaixo. As cotas ou altitudes são obtidas por nivelamento geométrico ou trigonométrico, conforme a precisão desejada.
Por meio dos PONTOS COTADOS da figura abaixo, temos uma idéia do relevo do lote e podemos ter elementos para o traçado de perfis, projeto das edificações, cálculo do movimento de terra, nivelamento da obra, etc.


·         Curva de nível

É o lugar geométrico dos pontos de mesma cota ou altitude, ou seja, são linhas que ligam pontos na superfície do terreno, que têm a mesma cota em relação a um plano horizontal. Outros autores considera Curva de Nível como uma representação em projeção ortogonal a interseção da superfície do terreno com planos horizontais.

Projetemos tal curva sobre um outro plano horizontal de referência que será materializado pelo papel de desenho, teremos uma curva na qual todos os pontos estão na cota 100.000, pois pertencem ao terreno e também ao plano (da cota 100,000) que o selecionou.

Na figura abaixo, podemos observar o corte do terreno por meio de vários planos horizontais eqüidistantes, onde teremos o relevo do solo representados por CURVAS DE NÍVEL.


Características das Curvas de Nível

As curvas de nível, segundo o seu traçado, são classificadas em:
·         Mestras (Principais): todas as curvas múltiplas de 5 ou 10 metros e são representadas com traços diferentes das demais curvas, ou seja, é representada por traços mais grosso e todas as curvas são numeradas.
·         Intermediárias (Secundárias): são todas as curvas excluindo-se as mestras, onde essas curvas podem não ser numeradas.



Regras para o traçado de curva de nível

a)  As curvas de nível são "lisas", ou seja, não apresentam cantos.



b)  As curvas de nível tendem a ser paralelas as linhas de fundo de vale.

c)  Duas curvas de nível jamais devem se cruzar.


d)  Duas curvas de nível nunca se encontram e continuam em uma só.

e)  Uma curva de nível inicia e termina no mesmo ponto, portanto, ela não pode surgir do nada e desaparecer repentinamente, ou seja, toda curva de nível fecha sobre si mesma.


f)  Quanto mais próximas entre si, mais inclinado é o terreno que representam.

Principais acidentes topográficos

Ø Espigão (Divisor ou Tergo): Nos ESPIGÕES as superfícies laterais que os formam têm a denominação de VERTENTES e as linhas centrais, encontro das vertentes, têm a denominação de DIVISORES DE ÁGUA.


Ø Vale ou Thalweg: Nos VALES as superfícies laterais que os formam têm a denominação de FLANCOS e as linhas centrais, encontro dos flancos, têm a denominação de LINHAS DE THALWEG.


Ø Garganta: é formado por dois espigões e dois vales.








Exercício - Traçado de curvas de nível

Para fazer o download do exercício clique aqui.


1º PASSO - Numerar os pontos cotados da planta, em uma sequência lógica.


2º PASSO - Ordenar todas as seções.

Na simbologia arquitetônica, uma linha tracejada com duas setas indica a posição da linha de corte da seção, e a posição do observador. No caso abaixo, o observador estaria olhando na direção em que apontam as setas: de abaixo para acima.

3º PASSO – Antes de iniciar, é interessante observar se há necessidade de realizar todas as seções. Em alguns casos não é necessário, isso ocorre quando não existe cruzamento de curva de nível. Isso pode ser detectado verificando se as cotas dos pontos dessa seção não ultrapassam 1 metro (exemplo 100,01 / 100,580 / 100,990 / 100, 349).


4º PASSO – Traçar a seções.

Antes de iniciar o traçado de cada seção, é necessário analisar qual é o intervalo entre as cotas. Basta pegar a maior cota dessa seção e arredondar para um número inteiro acima e pegar a menor cota e arredondar para um número inteiro abaixo.

Para representar este intervalo no papel milímetro é necessário analisar a escala, pois a cada quadrado maior do papel milimetrado tem o equivalente a 1 cm x 1cm.


Exemplo 1:    ESCALA 1:100, ou seja, a cada 1 cm do papel milimetrado é o equivalente a 1 metro.

Exemplo 2: ESCALA 1:200, ou seja, a cada 1 cm do papel milimetrado é o equivalente a 2 metro.
        
 Neste exercício, a escala a ser trabalhada é 1:100, ou seja, 1 cm equivale a 1 m.

Seções Longitudinais:

SEÇÃO A

            - Transcrever os pontos da planta correspondente à seção para o papel milimetrado, conservando a distância entre eles (5m que correspondem a 5cm na escala 1:100). 


            - Encontrar o intervalo entre as cotas e passar para o papel milimetrado.


              - Transcrever as cotas de acordo com cada ponto. 


              - Traçar a mão livre.



Obs: O perfil natural de um terreno é moldado com o passo da água e do vento nunca formando linhas retas, e sim sinusoides.

Para as demais seções segue o mesmo procedimento feito passo a passo na seção 1. 

SEÇÃO B


SEÇÃO C




Seções transversais:
Note que nas seções transversais a distância entre dois pontos é 6m, e não mais 5m como nas seções longitudinais.

SEÇÃO D













SEÇÃO E





SEÇÃO F




SEÇÃO G




SEÇÃO H




SEÇÃO I



 OBS: COMO ESSA SEÇÃO NÃO VARIA MAIS DE 1 METRO ENTRE OS PONTOS, NÃO É NECESSÁRIO DESENHÁ-LA NO PAPEL MILIMETRADO, OU SEJA, SIGNIFICA QUE NÃO EXISTE NENHUMA COTA INTEIRA PASSANDO POR ESSA SEÇÃO.

5º PASSO –

Depois de ter traçado todas as seções, é necessário transferir para a planta os ‘’pontos com cota inteira’’, ou seja, todos os pontos nos quais a seção se cruza com a linha de uma cota, como nos exemplos abaixo.


Uma boa estratégia de facilitar o processo é utilizando uma tirinha de papel. Primeiramente, alinhar a tira de papel com a seção, de forma horizontal, e registar a posição dos pontos.


Depois, registrar a posição dos pontos que se entrecruzam de “cota fechada” na tira do papel, junto com seu valor correspondente.





Posteriormente levar essa informação para a planta. Para isso, basta alinhar a tirinha de papel com a seção correspondente e transferir os pontos com os seus valores.
Fazer isso com todas as seções, tanto longitudinais como transversais.


6º PASSO – Traçar as curvas de nível, ligando todos os pontos de uma mesma superfície.

Obs: Uma curva de nível nunca pode passar sobre outra.

Para passar através de uma linha de seção, devemos ter obrigatoriamente um ponto marcado.

INTERPRETAÇÃO: VOCÊ SABE PARA ONDE ESCORREGA A ÁGUA QUANDO CHOVE?